Bloco reitera posição contra as touradas

Horta     2023-10-19 12:04:34

Bloco de Esquerda reitera posição contra as touradas porque provocam dor e sofrimento a animais por mero entretenimento

Bloco reitera posição contra as touradas

O Bloco de Esquerda reitera a sua posição contra a tourada, uma atividade que provoca dor e sofrimento desnecessário a animais apenas com a finalidade de entretenimento. “A lei confere proteção aos animais porque reconhece que sofrem, mas, ainda que sofram, são permitidos atos que consistam em se infligir dor ou graves lesões, nomeadamente, a touros e aos cavalos”, lamentou Alexandra Manes, deputada do Bloco de Esquerda.

Alexandra Manes considera “um enorme paradoxo”, que, por um lado, a lei proíba todas as violências injustificadas contra os animais, mas por outro, abre uma exceção para a tauromaquia, onde touros e cavalos são alvos de violência.

“A lei confere proteção aos animais porque reconhece que sofrem, mas, ainda que sofram, são permitidos atos que consistam em se infligir dor ou graves lesões, nomeadamente, a touros e aos cavalos”, apontou a deputada.

Alexandra Manes salienta que há estudos científicos que comprovam que os animais sofrem nas touradas: “Afirmar, nos tempos que correm, que um touro não sofre na arena, ou durante todo o processo que o antecede, é desonestidade intelectual, face a todo o conhecimento científico existente”.

Além disso, a lei já reconhece que a tourada é uma atividade violenta, já que é obrigatória a menção que “pode ferir a suscetibilidade dos espetadores”, e que fixa uma idade mínima para o acesso de crianças a estas práticas.

Mesmo assim há uma incoerência com a idade mínima exigida, que é de “18 anos para que se possa aceder a um espetáculo violento ou filmes com conteúdo violento”, mas de apenas 12 para aceder a uma tourada.

O Bloco lamenta que a perpetuação destas práticas seja feita, essencialmente, “pela manipulação de crianças, que são incentivadas a participar ou são expostas à atividade taurina”.

Quanto ao impacto económico das touradas nos Açores, o Bloco lembra que todos os intervenientes nas touradas têm outras atividades profissionais, e não dependem financeiramente da tourada.

Alexandra Manes desmontou o estudo da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo que tenta relacionar o aumento do número de touradas com o aumento do PIB dos Açores.

“Estes dois dados – o aumento do número de touradas e o aumento do PIB dos Açores são factuais. Mas não há qualquer possível relação de causalidade entre os dois. Aliás, o estudo nem apresenta o PIB da Terceira, mas o da Região. Ou seja, para o presidente da CCAH, o aumento do número de touradas na Terceira teria tido como consequência o aumento do PIB na ilha de São Miguel, onde é gerada a maior parte do PIB dos Açores... Isso faz algum sentido?”, disse a deputada do Bloco.