A Comissão de Ilha Terceira do PCP reuniu para fazer a análise da situação política e social e para definir as principais linhas de intervenção política na ilha Terceira.

Quanto à situação política e social, constata-se que os principais problemas que levaram à estagnação do desenvolvimento económico da ilha e ao empobrecimento dos trabalhadores e da população em geral, não só se mantêm como se agudizaram, com o atual estado de crise económica que o País e a Região atravessam, e devido, sobretudo, à falta de resposta política do atual governo regional do PSD/CDS-PP/PPM, com o apoio dos partidos da extremas direita IL e CHEGA, que tem revelado uma total desorientação e falta de planeamento para enfrentar os problemas que atingem a maioria dos açorianos.

De facto, podemos afirmar que este governo regional apenas se preocupa com a sua sobrevivência no poder. A Comissão de ilha do PCP manifesta a sua grande preocupação com o sério risco do aumento, dia após dia, da pobreza e da pobreza extrema nos dois concelhos da ilha Terceira. Impõe-se tomar medidas urgentes para conter esta espiral de dificuldades económicas que se estende aos setores mais desfavorecidos da sociedade terceirense, nomeadamente aos trabalhadores com rendimentos mínimos e aos pensionistas e idosos que, na sua maioria auferem, pensões mínimas, insuficientes para fazer face às suas principais necessidades.

Consideramos que o governo, em articulação com as autarquias, devem tomar medidas para apoiar as famílias, nomeadamente intervindo para que não se verifiquem aumentos nas faturas da água, da eletricidade, do gás, dos combustíveis e dos bens essenciais de consumo. Também defendemos que sejam criadas formas de acompanhamento às famílias com dificuldades no pagamento dos empréstimos para a habitação e das rendas de casa. Mas, para além destas respostas mais imediatas, o combate às desigualdades sociais que se estão a acentuar só terá efeitos se forem implementadas medidas que visem o aumento do poder económico dos trabalhadores e da população.

Estas medidas passam pelo aumento geral dos salários e pelo combate ao desemprego, ao trabalho precário e sem direitos e à desregulação dos horários de trabalho. Na realidade, esta crise económica e monetária não é para todos.

Enquanto a maioria da população vai ficando mais pobre, enquanto os trabalhadores e suas famílias vão apertando o cinto, a banca e os grandes grupos económicos do ramo das petrolíferas, dos bens alimentares, da energia e das telecomunicações, para citar só alguns, vão acumulando lucros fabulosos.

Neste quadro difícil para os terceirenses e para os açorianos, o PCP considera que é fundamental a concretização de uma política de reforço do investimento nos principais setores produtivos, porque estes são a garantia da criação de riqueza, crescimento económico, emprego sustentável e com melhores salários.

A comissão de ilha do PCP saúda a iniciativa de construção de uma nova fábrica de lacticínios na ilha Terceira, fundamental para acabar com o monopólio da principal fábrica de lacticínios existente no setor. Com o melhor aproveitamento da capacidade de produção instalada na fileira do leite, esta medida contribuirá decisivamente para a criação de mais emprego e de mais riqueza na transformação de um produto com valor acrescentado e com mercado.

Tendo em vista o reforço do PCP e da sua intervenção na ilha Terceira, a comissão de ilha aprovou um plano de trabalho que passa pela realização de várias iniciativas e pelo contato direto com os trabalhadores e com a população. Nestas iniciativas estão incluídas várias ações que o PCP está a promover a nível nacional em torno dos temas, “Mais Força aos Trabalhadores” e “Viver melhor na nossa Terra”, com ações já em curso nos dois concelhos da ilha, neste e nos próximos meses.

Assim, estaremos sempre do lado certo, ao lado dos trabalhadores e da população, lutando por uma vida melhor.