Vila da Praia da Vitória 2023-09-07 16:43:22
O Grupo de Cidadãos Eleitores (GCE) Esta é a Nossa Praia lamenta profundamente o despedimento anunciado recentemente pelo executivo da Câmara Municipal da Praia da Vitória de 37 funcionários da Cooperativa Praia Cultural.
O Grupo de Cidadãos Eleitores (GCE) “Esta é a Nossa Praia” lamenta profundamente o despedimento anunciado recentemente pelo executivo da Câmara Municipal da Praia da Vitória de 37 funcionários da Cooperativa Praia Cultural. Tratando-se de uma opção política tomada pela coligação PSD/CDS-PP, o GCE afirma que não seria este o rumo que daria ao Concelho da Praia da Vitória se tivesse nas suas mãos a responsabilidade em reestruturar e reorganizar o difícil quadro financeiro que o Município da Praia da Vitória enfrenta atualmente. A escolha por uma perspetiva exclusivamente economicista, sem olhar à componente humana e social no seu todo, só pode ser justificada pela ânsia de expor politicamente a insustentabilidade financeira a que o Partido Socialista conduziu a Câmara Municipal da Praia da Vitória.
Os funcionários da Cooperativa Praia Cultural não são os responsáveis pela delicada situação financeira do Município. O problema é mais abrangente, complexo e grave. E permanecerá com ou sem redução de custos. Com ou sem despedimentos. Assistimos hoje a uma degradação progressiva do Concelho, a qual tornar-se-á mais acentuada com a falta de recursos humanos em perspetiva. Assistimos a uma desmotivação generalizada de uma parte muito significativa dos trabalhadores do município. Assistimos a uma descrença crescente na própria Câmara Municipal da Praia da Vitória.
Os funcionários da Cooperativa Praia Cultural estão a ser injustamente usados como bode expiatório face à incapacidade do executivo camarário para encontrar um rumo alternativo, equilibrado e sensato para enfrentar o problema. Durante todo o processo, exigia-se – exige-se! – transparência e capacidade de diálogo da parte do executivo. Exige-se que este trabalhe afincadamente no sentido de alcançar um envolvimento efetivo do Governo Regional dos Açores. Exige-se que proporcione condições para que os sectores empresariais e associativos do Concelho possam tornar-se parceiros da autarquia na busca de melhores soluções para a situação financeira e social da Praia da Vitória.
O atual processo de reequilíbrio financeiro do Município deveria – deverá! – ser gradual, paciente e, não menos importante, alheio à impulsividade da guerrilha político-partidária.
A Praia da Vitória é hoje um campo de batalha, onde predomina a troca de acusações insensatas, partilhadas entre a coligação PSD/CDS-PP e o Partido Socialista. Contudo, os munícipes, as famílias, as empresas e as entidades de carácter associativo, não têm de ser forçosamente as vítimas das questões “viscerais “dos partidos políticos. PSD, PS e, numa medida muito modesta, o CDS-PP, partilham responsabilidades na gestão do Município da Praia da Vitória no passado. E mostram sinais de agendas políticas bem delineadas e focadas no calendário eleitoral açoriano que se avizinha. Esta postura na causa pública é lamentável e preocupa-nos particularmente enquanto Praienses.
O plano de reestruturação financeira desenhado e previsto para o Município da Praia da Vitória prolongar-se-á ao longo de 20 anos. Não serão 20 anos fáceis e a única dívida que ficará saldada será a dívida à banca. A dívida propriamente dita não desaparecerá de um dia para o outro. Se aumentará, muito ou pouco, o tempo encarregar-se-á de revelar. Trata-se de um plano que despede trabalhadores e, por outro lado, aumentará os apoios financeiros prestados às diferentes entidades do Concelho da Praia da Vitória, que de resto são sempre bem-vindos – preferencialmente noutras circunstâncias. É uma opção política e é legítima.
Trata-se de um plano que não oferece quaisquer garantias aos munícipes relativamente ao aumento do IMI e da Derrama, na eventualidade de as respetivas propostas regressarem à Assembleia Municipal – após uma rejeição francamente expressiva neste sentido da parte da mesma Assembleia, recentemente. Quando o objetivo passa por “descobrir” soluções à pressa, sem a paciência nem a tranquilidade necessárias, reina a precipitação. Parece ser este o caso.